Caminho dos Diamantes da Estrada Real

Uma jornada além das estradas

Uma viagem pelos caminhos diamantinos ou Caminho dos Diamantes da Estrada Real é sempre surpreendente. Cruzar as estradas e trilhas, subir as serras, adentrar os vilarejos e conhecer os parques estaduais e nacionais, é uma experiência inesquecível. O viajante vai se deslumbrar com as belezas naturais, além de reverenciar o rico patrimônio histórico e cultural desta região da Serra do Espinhaço.

Reportagem Cacaio Six
Fotos Jean Yves Donnard/
Rogério Alves Dias

A propósito de uma viagem pelas estradas de Minas Gerais diz a letra de “Manuel, o audaz”, uma linda música dos compositores Toninho Horta e Fernando Brant: (…)“Se eu já nem sei o meu nome/Seu eu já nem sei parar/Viajar é mais, eu vejo mais/A rua, luz, estrada, pó (…) E no ar livre, corpo livre/Aprender ou mais tentar…”

Esses versos, embalados pela extraordinária melodia da canção, traduzem um profundo sentimento de liberdade para quem cruza as estradas e trilhas da Serra do Espinhaço rumo a Diamantina seguindo o Caminho dos Diamantes da Estrada Real.

Dirigir a favor do vento, viajar ao léu, sem pensar no dia de voltar: essa sensação bate forte quando o carro corta sem pressa a estrada que vai dar na Serra do Cipó. Poucos quilômetros depois de atravessar a ponte do Rio das Velhas, o primeiro encantamento surge como em um vislumbre da linha do horizonte do maciço azulado que forma a ‘cordilheira’ do Espinhaço.

Mais alguns quilômetros percorridos e a travessia é sobre o rio Cipó. A estreita e curta ponte convida à primeira parada obrigatória desta aventura.

Embora esse viajante já tenha cruzado inúmeras vezes a mesma estrada

em todas as estações do ano, a emoção sempre se renova, pois os domínios da Serra do Cipó representam um outro universo da natureza. Não é à toa que uma vasta área é — teoricamente, diga-se, em função de muitos problemas como incêndios criminosos e invasões ilegais — protegida dentro dos limites do Parque Nacional da Serra do Cipó, pois os seus 35 mil hectares de área formam um capítulo à parte sempre que a referência for a grandiosidade da natureza.

Multiplicidade da natureza

É preciso insistir, repetir e deixar registrado quantas vezes forem possíveis que a biodiversidade da Serra do Cipó é uma das mais importantes do mundo. Destaque para os raríssimos campos rupestres ou campos de altitude, ecossistemas exclusivos de altitudes acima dos 900 metros. É ainda o ecossistema que abriga as maiores variedades do planeta de espécies endêmicas — aquelas que por características básicas não são encontradas em qualquer outro ambiente natural a não ser naquele de onde são originadas.

No alto do Cipó, no Caminho dos Diamantes, existem maravilhas como as sempre-vivas, as fantásticas canelas-de-ema-gigantes (que podem atingir seis metros de altura e um metro de circunferência no tronco), bromélias, margaridas, cactos, ipês, quaresmeiras e inúmeras espécies de orquídeas — inclusive algumas com mais de 500 anos de existência.

A multiplicidade de espécies vegetais é tão grande que a região fica permanentemente florida em todas as épocas do ano. Além do mais, é considerada um dos maiores laboratórios ao ar livre do mundo, um sonho para biólogos e botânicos.

Ecoturismo e turismo de aventura

Essa imensa riqueza é um atrativo turístico sem precedentes e não passa despercebida aos turistas. “É absolutamente espetacular, não há nada igual”, encanta-se a bióloga paulistana Fernanda Jabber, 32 anos. Ela conta que nas suas visitas à Serra do Cipó, muitos profissionais de sua área são parceiros nas aventuras voltadas para a realização de pesquisas ao longo dos altos campos. “O turismo científico está em crescente expansão”, diz ela. “Não tenho dúvidas de que com a excelente fama de roteiros como o da Estrada Real, por exemplo, a tendência é que ocorra um crescimento exponencial do turismo; eu já percebo isto a cada temporada que venho aqui”. No entanto, ela alerta que é essencial que haja “uma organização sustentável” da atividade turística.

A grandiosidade da natureza possibilita a expansão de outra modalidade de turismo na Serra do Cipó: trata-se da “observação de pássaros”, o ‘birdwatching’. Isso porque é grande a variedade de aves neste paraíso encravado no Espinhaço. “Não vejo a hora de viajar para a Serra do Cipó, conto os dias”, diz o jornalista e escritor inglês Michael Cahill, um apaixonado pelos pássaros.

Em razão do imenso manancial de recursos hídricos, a Serra do Cipó também é dona de um impressionante pacote de ofertas para o ecoturista e o turista de aventura. As cachoeiras de estonteantes belezas se sucedem: Grande, Véu da Noiva, Serra Morena, Mãe d’Água, Lajeado, Bicame, Farofa. Lugares impressionantes como a Lapinha da Serra, o Travessão e o Cânion dos Bandeirinhas. Sem contar o irresistível rio Cipó.

Conhecer esse verdadeiro éden de Minas Gerais é um privilégio. É justamente por suas características naturais únicas que proliferam as melhores opções de esportes de aventura. As práticas de tirolesa, canoagem e o rafting, por exemplo, são bem comuns no rio Cipó. Os picos de escalada são famosos em todo o país e no exterior assim como as trilhas para praticar o cicloturismo e o trekking.

Sertão do mato dentro

A viagem segue pela estrada em curvas que rasgam a serra agora em direção aos sertões do mato dentro — não por acaso adentra-se as fronteiras do município de Conceição do Mato Dentro. De repente, surgem grandes ruídos na paisagem da estrada na forma de muitas camionetes que viajam aceleradas nas duas direções da via. São veículos de um grande empreendimento de mineração que explora minério de ferro. Muito questionado pelos ambientalistas, o empreendimento — conforme afirmam fontes ligadas a eles — atraiu para a cidade cerca de oito mil novos moradores de diferentes regiões do país, a maioria formada por operários. Ocorre que não houve, segundo as mesmas fontes, praticamente nenhuma medida de mitigação dos impactos.

“A companhia mineradora não construiu casas para esses operários, pois, segundo ela, a construção de moradias não estava prevista no licenciamento ambiental concedido pelo governo”, afirma um ambientalista, operador de ecoturismo. “Imagine só o impacto em uma comunidade que até então era de 18 mil pessoas”, alerta outro. “A cidade está desestruturada, inclusive ameaçada pelo crescimento da violência”, completa um guia de turismo.

Para piorar, na opinião das mesmas fontes, os problemas serão muito maiores quando estiver em operação o mineroduto que vai escoar o minério de ferro até o litoral do estado do Rio de Janeiro. “Junto com o minério, a tubulação vai levar água doce que não é tão abundante aqui, apesar das cachoeiras”, garante um dos ambientalistas. De fato, é assustadora a movimentação de gigantescos caminhões e outros tantos veículos assim como as imagens aéreas da mina — facilmente acessadas na internet.

Bucolismo e história

A histórica Conceição do Mato Dentro, cuja origem remonta ao início do século XVIII — e que preserva casarios coloniais e atrativos como a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, de 1802; a Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, de 1730; a Capela de Sant’Anna, de 1744 e o Santuário do Bom Jesus de Matozinhos, atrai milhares de peregrinos todo mês de junho. No entanto, esta jornada também redescobre os distritos de Córregos e Santo Antonio do Norte ou Tapera — pertencentes a Conceição — e de Itapanhoacanga, distrito de Alvorada de Minas.

O vilarejo de Córregos parece manter as mesmas características da época de sua fundação em 1702, tamanho o bucolismo do lugar. As casas e sobrados coloniais cercam a pracinha central onde fica uma linda igrejinha, a Matriz de Nossa Senhora Aparecida.

Sobre o singelo templo, sabe-se pouco — inclusive sobre quem o construiu ou quem desenhou o projeto arquitetônico —, mas merece atenção a sua estrutura em adobe e em madeira composta pela nave, capela mor e corredores laterais e torre única central. Presume-se que a sua edificação ocorreu entre os anos de 1745 e 1748. As datas de 1872 e 1956, gravadas em cima da porta principal, são possivelmente referências às reconstruções sofridas pela igreja.

Outra atração do lugar fica no alto de uma colina, de onde se tem uma linda vista de todo o vale e do vilarejo. Erguida em meio a um cemitério e cercada por um muro de pedras, está a misteriosa capela de Nosso Senhor dos Passos. Não se sabe absolutamente nada sobre a sua construção, mas o seu estilo arquitetônico denuncia que ela existe desde o século XVIII.

A vizinha Santo Antonio do Norte, também conhecida como Tapera — cuja formação também remonta os idos do ano de 1702 — está a poucos quilômetros adiante seguindo pela estrada de terra sinuosa que adentra o Espinhaço. A única rua do lugar é formada por várias casas de taipa e caiadas de branco. A Igreja de Santo Antonio se destaca na paisagem, mas as informações sobre sua construção e projeto arquitetônico também permanecem incógnitos, salvo alguns registros de que ela foi erguida em 1745.

Marco da Estrada Real

Nas muitas curvas das sinuosas trilhas adiante, um solitário marco da Estrada Real orienta o viajante. Fazendas com belas sedes coloniais enfeitam o cenário e documentam a história de um passado já muito distante, mas que ainda clama pela preservação de sua memória.

Mais um pouco de chão desbravado já fora dos limites do município de Conceição do Mato Dentro, surge Itapanhoacanga, um pequenino distrito pertencente a Alvorada de Minas. O lugarejo é famoso pela festa que realiza todos os anos no mês de julho em honra a Nossa Senhora do Rosário. É a grandiosa festa do Rosário, que acontece há mais de 280 anos.

Destaque absoluto para a apresentação do Grupo de Congado de Itapanhoacanga. O ponto alto das festividades é quando acontecem os desfiles dos caboclos e dos marujos do congado. Eles seguem em procissão pelas ruas da vila e levam uma magnífica imagem de Nossa Senhora do Rosário até a igreja onde é celebrada a missa.

Trata-se da Igreja do Rosário, datada de 1708 e construída em pedra pelos escravos. No seu interior, se podem admirar os três altares com talhas de meados do século XVIII. Também chamam muito a atenção as imagens de cor negra que compõem os altares. A imagem de Nossa Senhora do Rosário — esculpida em madeira pelos negros escravos — pertence ao acervo do templo, mas por motivo de segurança, é guardada em outro local.

Registros históricos contam que para construir a Igreja do Rosário, os escravos trabalhavam somente durante as noites. Eles levavam gramas de ouro de seus senhores ocultos nas unhas e nos cabelos e as utilizavam para decorar a igreja.

A Igreja São José Itapanhoacanga, de 1760, é outro tesouro histórico da pequena localidade. Além do acervo com algumas relevantes imagens sacras, são lindos os nove painéis de madeira no teto que retratam fatos da vida de São José.

Natureza de inspiração divina

De volta ao caminho dos Diamantes, em um retorno ao município de Conceição, o destino agora é o Parque Natural Estadual da Serra do Intendente, um lugar onde a natureza de inspiração divina esculpiu maravilhas como a Cachoeira do Tabuleiro, a Cachoeira Rabo de Cavalo e o Cânion do Peixe Tolo. Criado no ano de 2007, com uma área de 13, 5 mil hectares, o parque é um dos núcleos da Reserva da Biosfera da Serra Espinhaço, o que ratifica a extrema importância desta reserva ambiental — uma área de transição entre Mata Atlântica, Cerrado e Campos Rupestres.

Além de ser um local de grande interesse para pesquisadores — os biólogos, por exemplo, catalogaram cerca de 1 600 espécies de plantas, 86 tipos de pássaros e em torno de 40 espécies de répteis e anfíbios —, é um verdadeiro paraíso para o ecoturismo e para os esportes de aventura. Atividades como trekking, escalada, rapel, base jumping e birdwatching atraem muitos turistas, aqueles que são apaixonados e que respeitam a natureza. Porém, para praticar qualquer uma dessas modalidades, é preciso obter autorização da Secretaria do Meio Ambiente e da gerência do Parque do Intendente — cuja estrutura oferece estacionamento, vestiários, banheiros e área para camping.

Domínios do Peixe Tolo

A primeira rota para desbravar o Intendente é reverenciar a estrondosa beleza da Cachoeira do Tabuleiro com os seus 273 metros de queda livre — a mais alta de Minas Gerais e a terceira do Brasil. Do Tabuleiro, não é simples descrever os seus encantos: é preciso conhecer a cachoeira, aproveitar para fazer fotos de todos os ângulos possíveis e usufruir das águas (com temperatura sempre abaixo dos 20° C) de seu poço de 700 metros quadrados.

Na sequência, as trilhas conduzem a outra maravilha, a Cachoeira Rabo de Cavalo — que fica nos domínios da Área de Proteção Ambiental do Peixe Tolo. Caminhar a pé até a cachoeira é uma pequena aventura que proporciona instantes de pura emoção. Atravessar riachos de águas cristalinas, saltar sobre pedras, observar uma imensa quantidade de pássaros, plantas e flores e, finalmente, se extasiar com a vista do paredão de 120 metros de altura de onde, lá do alto, suavemente deslizam duas quedas d’água, ambas com cerca de 40 metros de extensão. Alguns metros abaixo, elas se unem e formam uma queda de cerca de 80 metros que desaba em um estonteante poço de quase 1 800 metros de circunferência.

É difícil deixar a Rabo de Cavalo para trás; é um privilégio usufruir de um presente tão generoso da natureza. Outras surpresas, porém, estão a caminho, literalmente.  A primeira é um tempo de descanso à beira do Rio Parauninha seguido de banhos revigorantes nas águas límpidas e tranquilas. Depois, trilha adentro, surge em um instante uma linda cachoeira. Outra pausa para contemplar e aproveitar a vigorosa ducha d’água que cai forte de uns 20 metros de altura. Finalmente, a última parada é diante do incrível Cânion do Peixe Tolo. Uma imensa “torre” de pedra, de uns 200 metros de altura, sinaliza como um portal a entrada do Peixe Tolo — os indígenas deram esse nome porque achavam graça no comportamento dos peixes que rolavam desajeitados pelas pedras até desabarem na água. Cercado por altos penhascos, o cânion tem na imponência o seu maior encanto. Das imensas escarpas, forma-se a Cachoeira do Peixe Tolo, com aproximadamente 200 metros de altura. Há ainda a Cachoeira da Bocaina, com queda de 50 metros de altura, que forma um grande poço, ótimo para nadar.

Para quem desejar aventurar-se pelo Cânion do Peixe Tolo, primeiro é preciso obter autorização junto à administração do Parque do Intendente e contar com a ajuda de um guia especializado. A caminhada (com quatro quilômetros, ida e volta) não é fácil, pois é preciso atravessar trechos com pedras muito escorregadias.

Teto do sertão mineiro

Após viver momentos de puro deslumbramento, pé na estrada novamente. O destino agora é um outro trecho do Caminho dos Diamantes na região de influência de Diamantina, já no Vale de Jequitinhonha.

A estrada prossegue surpreendente por revelar, a cada trecho percorrido, uma paisagem fascinante e diversificada: rios, nascentes, cachoeiras, grutas, serras e vales enriquecem o cenário. No horizonte bem próximo reina o Pico do Itambé, da imponência dos seus 2 002 metros de altitude. No entorno deste acidente geográfico — que era chamado pelos naturalistas e também pelos bandeirantes de “teto do sertão mineiro” —, uma área com de cerca de cinco mil hectares abriga o Parque Estadual do Pico Itambé.

Devidamente protegida, essa região tem imensa importância, pois é o epicentro das três mais importantes bacias hidrográficas de Minas Gerais: São Francisco, Jequitinhonha e Doce. Lá sobrevivem espécies ameaçadas de extinção como a onça parda (suçuarana) e o lobo-guará, além de generosas porções de campos rupestres e matas de altitudes. Ao longo do parque, ainda é possível admirar lindos exemplares da vegetação nativa como sucupiras, ipês, cedros, paus d’óleo, candeias, ingás e jatobás.

Vale a pena explorar o pico, que proporciona um grande espetáculo para os olhos, mas a subida exige cinco horas de caminhada e a melhor opção é contratar guias nas vilas de Milho Verde, Capivari ou em Santo Antônio do Itambé.

Os atrativos desses arredores não se esgotam. Além das ótimas opções de passeios pelas cachoeiras da região, das delícias da gastronomia mineira típica — que podem ser saboreadas tanto no café da manhã quanto no almoço e no jantar —, o singelo patrimônio histórico dessas pequenas cidades merece toda admiração.

A Capela de São Sebastião, de meados do século XVIII, do alto de uma pequena colina protege Capivari. E a tão decantada Capela de Nossa Senhora do Rosário, construção que deve ter ocorrido no final do século XVIII ou princípio do século XIX, emoldura a paisagem de Milho Verde de forma comovente.

Paz e sossego

De volta à estrada e após passagem pela sempre magnífica Diamantina, Patrimônio da Humanidade, o objetivo é percorrer 13 quilômetros até a Vila de Biribiri, construída em 1877 para abrigar uma fábrica de tecidos. O povoado chegou a ter 1,2 mil habitantes nos áureos tempos da produção, porém, com o fim da fábrica em 1973, ficou abandonado por anos. Mas hoje a história revive. As cerca de 30 casas, uma igreja e as antigas instalações da fábrica, foram tombadas pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA). Ainda são poucos os que moram por ali. Um deles é o zelador da vila, Geraldo da Conceição Reis, 45 anos, ex-funcionário da fábrica. A vila fica dentro do Parque Estadual do Biribiri, aberto diariamente à visitação.

O único “perigo” do local é o de não querer mais voltar para casa. Ali respira-se paz e sossego. O programa pode incluir nadar nas inúmeras cachoeiras e poços próximos, comer um bom frango ao molho pardo no famoso restaurante Raimundo sem Braço, ou apenas observar ao pé da serra como a vida pode ser mais calma, mais lenta.

Sempre-vivas

Mais 50 km quilômetros adiante está o distrito de Macacos (pertencente a Diamantina). A viagem pelos caminhos diamantinos se encerra vitoriosa no paradisíaco Parque Nacional das Sempre-Vivas — o nome refere-se às variadas espécies de sempre-vivas, as pequenas flores, de cores vibrantes e variadas, tão características da região.

O Parque Nacional, com área de 124 555 hectares e também parte da Reserva da Biosfera do Espinhaço, protege as principais nascentes dos rios Jequitinhonha e São Francisco e um amplo e heterogêneo mosaico de espécies da flora, a ponto de ser considerado — pelas respeitadíssimas instituições Fundo Mundial da Vida Selvagem (WWF) e União Internacional de Vida Selvagem (IUCN) — um dos principais pontos do Brasil em diversidade de plantas em função do alto grau de endemismo que lá ocorre. É impressionante a lista de animais ameaçados de extinção que sobrevivem dentro dos limites desta Unidade de Conservação: onças parda e pintada, jaguatirica, gato maracajá, tamanduá-bandeira, tatu-canastra, veado-campeiro, lontra, catitu, lobo-guará e as araras vermelhas grande e canindé.

Para visitar o Sempre-Vivas, é preciso obter autorização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio).

Finda a viagem, o retorno é feliz. Fica para sempre guardada a emoção de trilhar tão deslumbrantes caminhos, patrimônios essenciais da biosfera e, consequentemente, de toda a humanidade. De repente, como em uma despedida, surge do meio do cerrado um inquieto e curioso veado-campeiro. Melhor visão de despedida, impossível.

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