
Trecho da trilha na Gruta do Janelão. Foto Cezar Félix
O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu — localizado no Norte de Minas Gerais, entre os municípios de Januária, Itacarambi e São João das Missões —, conserva um dos mais valiosos patrimônios arqueológicos e geológicos do Brasil. Uma área protegida de 56.448 hectares abriga um fabuloso acervo natural formado por mais de 140 cavernas e 80 sítios arqueológicos com pinturas rupestres. Em julho de 2025, o Peruaçu foi reconhecido pela Unesco como Patrimônio Mundial Natural da Humanidade.
Reportagem Cacaio Six – Fotos Luiz Eduardo Dias/Maria Vaz/Cezar Félix
A paisagem sertaneja é marcada pela contradição. No meio da terra seca, veredas de águas reluzentes. Em meio a um sol escaldante, árvores frondosas. No meio da imensidão marrom, um homem disposto a ajudar indica que “a cidade mais próxima não está longe daqui”. Ainda que inóspito, o sertão está cheio de vida.

A região apresenta características típicas do bioma Cerrado, mas se mistura com a fauna e a flora da Caatinga. Foto Cezar Félix
Vida que brota de onde menos se espera. Por isso, o espanto de tantos ao reconhecer, no sertão, paisagens tão belas como as que se encontram no Parque Nacional Cavernas do Peruaçu. O local guarda um dos mais valiosos patrimônios arqueológicos e geológicos da região: são mais de 140 cavernas e 80 sítios arqueológicos com pinturas rupestres, em uma área de 56.000 hectares.

São mais de 140 cavernas e 80 sítios arqueológicos com pinturas rupestres. Foto Luiz Eduardo Dias.
O Parque está localizado no Norte de Minas Gerais, entre os municípios de Januária e Itacarambi. Criado no ano de 1999, o Parque Cavernas do Peruaçu faz parte do Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu, projeto que propõe a unificação de áreas de conservação ambiental existentes nas regiões Norte e Noroeste do estado por meio de corredores ecológicos.

Criado no ano de 1999, o Parque faz parte do Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu. Foto Luiz Eduardo Dias.
Ainda que os espaços estejam dispostos de forma isolada, o mosaico constrói um desenho geométrico que garante a conexão entre as partes. O Mosaico Sertão Veredas-Peruaçu abrange um território de 11 municípios, 12 unidades de conservação e uma área indígena, composta por 32 aldeias do povo Xakriabá, isso sem contar as comunidades quilombolas e outros povos tradicionais que vivem na região.

O território do Mosaico abrange 11 municípios, 12 unidades de conservação e áreas indígenas, além de comunidades quilombolas. Foto Luz Eduardo Dias.
Formação da terra
Apesar de a região apresentar características típicas do bioma Cerrado, ela já começa a se misturar com a fauna e a flora da Caatinga — caracterizando-a como uma região ecotonal —, o que garante à região uma vegetação única. Dentro do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, é comum encontrar árvores de médio porte típicas do Cerrado junto a arbustos pequenos, de aspecto seco, comumente encontrados na Caatinga.

A vegetação com árvores típicas do Cerrado e arbustos da Caatinga. Foto Cezar Félix
Entre as espécies mais presentes no local, estão a aroeira-do-sertão e o pau-preto. Ainda que a riqueza vegetal da região chame a atenção do visitante, são as características geológicas que a transformam em local de interesse turístico e científico. Afinal, a quantidade de cavernas, grutas, veredas e lagoas dentro do território é algo realmente fora do comum.

As características geológicas fazem do Parque um local de interesse turístico e científico. Foto Luiz Eduardo Dias
Buscar uma explicação para o fenômeno é voltar a um Brasil ainda submerso nas águas do mar, há milhões de anos. Com a elevação do nível da terra, a água secou, formando grandes maciços de calcário. Nesse processo, diversos cursos d’água não encontraram saída para o mar e se transformaram em lagoas.

A beleza da vegetação com características únicas no Mirante das Cinco Torres na trilha do Arco do André. Foto Maria Vaz.
Outros insistiram na busca por uma saída e acabaram por esculpir extensões calcárias e transformar as rochas em cavidades naturais. Esse foi o processo enfrentado pelo Rio Peruaçu, curso d’água que percorre parte do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu e dá nome à região. O conjunto de processos erosivos foi responsável pela formação de um lindo complexo de veredas e lagoas, cavernas e grutas de diferentes tamanhos e formas.

Um conjunto de processos erosivos causados pelo rio Peruaçu foi responsável pela formação do lindo complexo de grutas como a do Janelão. Foto Cezar Félix.

Poço de águas claras que está marcado na obra Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Era nesse recanto que Diadorim “fugia” para se banhar nua e sozinha. Foto Luiz Eduardo Dias.
Patrimônio Mundial Natural da Humanidade
A reunião destas tão preciosas riquezas que caracterizam o lugar levou a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) a reconhecer o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu como Patrimônio Mundial Natural da Humanidade. A decisão foi anunciada em Paris, França, durante a 47ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, realizada no dia 13 de julho de 2025. Esta é a primeira conquista de Minas Gerais nesse tipo de reconhecimento.

O Parque Nacional Cavernas do Peruaçu é Patrimônio Mundial Natural da Humanidade desde o dia 13 de julho de 2025. Foto Cezar Félix
Tudo começou por meio de um trabalho coletivo, um esforço coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, com o apoio do Instituto Chico Mendes (ICMBio) e também do povo Xakriabá. O trabalho de uma equipe multidisciplinar foi baseado nas premissas fundamentadas pela ciência e nas exigências da sustentabilidade.

Turistas na entrada da sede do Parque. Foto Luiz Eduardo Dias.

Turistas e guias credenciados na recepção da sede do Parque. Foto Luiz Eduardo Dias.

A exposição permanente Vivências 3D que está no Centro de Visitantes da sede do Parque. Foto Luiz Eduardo Dias.
Especialistas documentaram os valores naturais e culturais da região e elaboraram um plano de manejo integrado para o uso sustentável voltado para a conservação. Além disso, houve o reconhecimento dos direitos territoriais dos indígenas, incluindo a valorização dos saberes tradicionais deles, aspectos considerados essenciais para a preservação desses tesouros naturais e culturais.

A partir do título de Patrimônio da Humanidade, a expectativa é fortalecer o turismo sustentável. Foto Cezar Félix.
O título consagra uma área de imenso valor natural e cultural e reforça significativamente a necessidade de proteção desta área. Há também o aumento do reconhecimento do Peruaçu não só no Brasil como no exterior. A expectativa é fortalecer o turismo sustentável e consequentemente o desenvolvimento regional. Alguns membros da comunidade local, que trabalham diretamente com o turismo estão felizes com o título e se mostram esperançosos com as possibilidades que podem surgir em benefício de todo o entorno do Parque Nacional do Peruaçu.

Estrada no interior do Parque. Foto Cezar Félix

Trecho da estrada que dá acesso ao Parque. Foto Cezar Félix
Nascida e criada em Januária, a guia turística Lidiane Rodrigues Pereira, de 40 anos, condutora formada na primeira turma credenciada há 10 anos, diz que espera que só “venham coisas boas para a comunidade”. Segundo Lidiane, já acontece um impacto positivo para condutores, artesãos, pousadas e restaurantes. “Nos últimos meses, sentimos um fluxo maior de pessoas vindo para cá”, garante ela. O condutor Eduardo Martins, 39 anos, é otimista e considera que o título vai “acrescentar melhorias na vida dos moradores, pois trará mais desenvolvimento para toda região.” Murilo Mendes, 38 anos, do Instituto Eco Brasil — instituição que tem um acordo de cooperação público-privada firmada com o parque — aposta “na grande divulgação, geradora de muita visibilidade na mídia, fatores decisivos para atrair de novos turistas”.

A impressionante paisagem das estalactites da Lapa Bonita. Foto Luiz Eduardo Dias.
Diego Gonçalves Dias, 37 anos, afirma: “a repercussão do título superou todas as minhas expectativas. Há muita procura por parte dos turistas. Eu recebo no meu celular de oito a dez mensagens diárias”. Diego quer um aumento no limite de vagas para os visitantes “porque às vezes a gente não consegue atender. Já tive caso de turista não conseguir entrar no Janelão e retornar. É preciso aumentar a capacidade do parque, principalmente nas férias”, reivindica ele. “Estou trabalhando de terça a domingo, sem parar”, garante.O aumento da capacidade do parque em receber turistas não é simples, pois envolveria a necessidade de novos estudos que possam direcionar o aumento de sua capacidade de suporte sem comprometer sua sustentabilidade e a perda de informações científicas. Com base nesses estudos, seria possível elaborar um novo plano de manejo.O brigadista Valdemir Ferreira, 47 anos, é direto: “o título vai melhorar o que já é um tesouro. Vai ser bom para o parque e para a comunidade. Os moradores estão muito otimistas e com grandes esperanças. Virão melhorias diretas e indiretas”.

As pinturas rupestres do Prana Peruaçu são datadas entre 7 e 9 mil anos. As mais antigas estãao na Lapa do Boquete. No Parque predominam as pinturas rupestres denominadas de São Francisco. Pinturas na Lapa dos Desenhos. Foto Maria Vaz.

Pintura na Lapa do Cabloco. Foto Luiz Eduardo Dias.

Pintura na Lapa do Índio. Foto Eduardo Dias.

Pintura na Lapa Bonita. Foto Cezar Félix.

A pintura rupestre feita por picoteamento ou petroglifo, na Lapa dos Desenhos. São desenhos abstratos de figuras de animais e humanos criados ao se retirar a pátina da rocha, e não com tinta. Foto Maria Vaz.
Turismo de Base Comunitária
Para Dayanne Ferreira dos Santos Cerqueira do ICMBio — ela é chefe do Núcleo de Gestão Integrada Peruaçu, da Área de Proteção Ambiental do Peruaçu e do Parque Nacional do Peruaçu — “o título veio para coroar toda a região, que tem uma importância muito grande, envolvendo os aspectos espeleológicos, geológicos e também cultural. O maior desafio é fazer o entorno se preparar para receber um número maior de visitantes”. Ela argumenta que “isso envolve da cancela para dentro e da cancela para fora. Do lado de dentro da cancela, nós temos uma gerência, mas sempre temos que articular com os poderes dos municípios e do estado de modo que a região se prepare para a ampliação da atividade turística, e principalmente para o aumento do número de visitantes. É preciso conciliar o uso para o turismo com a conservação das cavernas, que é o mais importante”.

Paisagem da Gruta do Janelão com a imensa estalactite “Perna de Bailarina” ao fundo. Foto Cezar Félix
Dayanne acrescenta que o parque é autorregulado porque ele conta com “uma capacidade regulamentada pelo manejo”. Cada atrativo tem alimentação diária de entrada e o monitoramento sobre como cada visita é realizada, “não só na quantidade de pessoas, mas também na qualidade da visita. Entendemos que estamos no caminho certo no principal desafio de conciliar a visitação das cavernas com a conservação delas”.
A profissional do ICMBio explica que o parque é muito conhecido no meio dos espeleólogos e arqueólogos, inclusive de relevância internacional. “Fora desse nicho, nos apresentamos para a sociedade há cerca de seis ou sete anos. A partir daí, surgiu um fato interessante porque nós temos um perfil muito variado de visitantes, desde famílias com crianças até pesquisadores com doutorado”.

Com 28 metros de comprimento, a “perna da Bailarina” é considerada a maior estactite do mundo. Foto Cezar Félix.
Essa realidade estrutural, na visão da chefe do Parque Nacional do Peruaçu, reforça o argumento em favor do turismo de base comunitária como a modalidade mais adequada para que a região possa garantir o uso sustentável da atividade turística. “A gente trabalha com um olhar mais atento, uma vez que essa rede de turismo tem um potencial de abrangência regional e colabora para o desenvolvimento de todo o norte do estado”, diz ela. Dayanne acredita que o turismo de base comunitária é decisivo para o desenvolvimento de pousadas e de outros negócios relacionados ao turismo, “inclusive porque a renda fica aqui no norte de Minas”.
Na defesa do turismo de base comunitária, a gestora destaca outro importante aspecto: “nós temos aqui vários quilombos e territórios indígenas, portanto existem regramentos. Há ainda outras comunidades, desde veredeiros, geraizeiros, extrativistas e ribeirinhos. Esta rica diversidade cultural gera uma grande complexidade; nada é padronizado, uma coisa que funciona em uma comunidade pode não funcionar na outra”.

O Turismo de Base Comunitária é a melhor alternativa de sustentabilidade e para conservar as belezas do Pàrque. Foto Luiz Eduardo Dias.
Beleza natural
Visitar o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu é se surpreender. Impressionam as famosas veredas, áreas de vegetação rasteira das quais brotam águas cristalinas. São verdadeiros oásis no sertão. Os enormes buritis, espécies de palmeiras que alcançam até 20 metros de altura, tornam o cenário ainda mais singular. A maior das veredas é a do Peruaçu, com 37 quilômetros de extensão. As da Lagoa Azul e da Passagem também merecem destaque. Outros caminhos levam a uma das seis lagoas existentes no local. São elas: Carrasco, do Jacaré, do Jatobá, Junco, do Meio e dos Patos. As lagoas são rodeadas por matas ciliares — vegetação que acompanha os cursos d’água e são responsáveis pela manutenção da qualidade dos recursos hídricos e pela conservação de diversas espécies.

Turistas devidamente acompamhados por guias em uma trilha na Gruta do Janelão. Foto Luiz Eduardo Dias.
Mas a grande peculiaridade do Parque é mesmo seu conjunto de cavernas e grutas. Entrar em uma delas é entender a existência de um novo mundo, bem abaixo dos nossos pés. Em Minas Gerais, há mais de 5.000 cavidades naturais, o que faz dele o estado com o maior número de grutas e cavernas no Brasil. Cada cavidade é classificada de acordo com a sua relevância biológica, e o complexo geológico do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu é considerado de extrema importância.
O caminho para se apreciar tudo isso é, por vezes, estreito e sem iluminação. Mas, no fim desses corredores naturais, abrem-se imensos salões com formações rochosas de distintas cores e texturas. Algumas paredes apresentam mesmo um brilho natural, como se estivessem cobertas por uma camada de pedras preciosas. Do teto, pendem grandes estalactites, colunas de pedra formadas pelo gotejamento incessante de água e minerais. E, como num processo de recriação da matéria, do chão, surgem estalagmites, formadas pela sedimentação dos minerais que caem do teto. Cada um desses processos dura milhares ou mesmo milhões de anos para se consolidar, sem nunca perder o caráter de mudança.

Sítio arqueológico na Lapa do Boquete onde existe um cemitério com vestígios de sepultamentos pré-históricos. Foto Cezar Félix.

O lugar guarda todas as belezas da ancestralidade. Foto Maria Vaz.
O espaço mais visitado é a Gruta do Janelão, uma cavidade com 4.740 metros de extensão horizontal e 176 metros de elevação. Ao contrário das grutas tradicionais, ao longo do seu conduto, várias claraboias iluminam longos trechos, permitindo a formação de pequenas florestas verdes dentro da cavidade que dão a impressão ao visitante de se estar em um belo jardim. Lá também está a fantástica “perna da bailarina”, considerada a maior estalactite do mundo, com 28 metros. O nome da caverna se deve a uma grande abertura lateral que dá vista a um lindo paredão.
Marcas ancestrais
A importância do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu para a conservação do meio ambiente está clara para todos aqueles que visitam o local e se encantam com os enormes salões naturais construídos pela própria natureza, pelas belíssimas veredas e lagoas que se estendem pelo sertão afora e pela vegetação ímpar que o local apresenta ao misturar Cerrado e Caatinga. Há também motivos históricos e culturais para a manutenção do espaço: a região do Parque foi habitada por populações pré-históricas há cerca de 11.000 anos.

O lindo Salão Vermelho da Lapa Bonita. Foto Cezar Félix
A passagem desses povos está marcada nas pinturas rupestres deixadas em algumas das grutas e cavernas do Parque. Destaque para a Gruta do Caboclo, cujas pinturas são exclusivas da região do Peruaçu. Há também a presença de desenhos em baixo relevo realizados com ferramentas primitivas. Somente por meio de pesquisas aprofundadas, descobriu-se povos tão antigas. Com o fim dessas populações, o local passou um longo período sem a presença de humanos, até ser ocupada por indígenas Xakriabás. Esse grupo habita a margem esquerda do rio São Francisco e foi formado a partir da mistura entre os indígenas e os negros que chegaram ao Brasil. Originariamente, o grupo se comunicava pelo dialeto akwe, mas, nos dias de hoje, eles falam português.
Grande parte dos Xakriabás está, hoje, no município de São João das Missões, local oficialmente reconhecido como território indígena no ano de 1979. Eles dão à região uma riqueza cultural que completa o quebra-cabeça que faz de Peruaçu um lugar único e digno de ser reconhecido como um dos mais belos parques do Brasil.

Vista desde o Mirante do Índio. Foto Cezar Félix

O esplendoroso Arco do André. Foto Maria Vaz.
As rotas turísticas
A já citada Gruta do Janelão é o principal atrativo do Parque Nacional. São incríveis as trilhas no interior da gruta, cuja galeria principal tem altura e largura próximas de 100 metros. A vegetação, o rio Peruaçu serpenteando no interior da gruta e as pinturas rupestres formam paisagens emocionantes. O percurso é de 4.800 metros. A ida e a volta podem ser feitas em torno de cinco horas. O nível de dificuldade é considerado de semipesado a difícil, pois as trilhas envolvem subidas e descidas constantes e trechos com degraus.
O Salão Vermelho da Lapa Bonita é o atrativo maior da bela gruta, repleta de interessantes ornamentos, além da tonalidade avermelhada que chama a atenção.Os impressionantes painéis de pinturas rupestres cobrem paredes inteiras até o teto da Lapa do Índio. Lá fica o Mirante do Índio, de vista estonteante da natureza local, em que se pode ver a abertura da Gruta do Janelão.

Uma escala da grandiosidade da Gruta Janelão.
O percurso é 1.500m (ida e volta) e o tempo estimado é de 2h20min. Nível de dificuldade fácil.
A Lapa do Boquete destaca-se por ser um dos sítios arqueológicos mais pesquisados e estudados do Parque do Peruaçu. Lá foram encontrados vestígios de um silo pré-histórico, usado para armazenar alimentos e esqueletos humanos com mais de 7.000 anos. O percurso é de 1.200m (ida e volta) para o tempo estimado de 1h30 min. (ida e volta). O nível de dificuldade é fácil.

Lapa do Boquete. Foto Cezar Félix.
Mais de 3.000 pinturas, dispostas em mosaicos que chegam a quase 15 metros de altura, caracterizam a fantástica Lapa dos Desenhos, considerada uma das maiores concentrações de pinturas rupestres do mundo. A trilha segue as pelas margens do rio Peruaçu junto a paisagens incríveis da mata nativa.
O percurso é de 2.600 m (ida e volta) para um tempo estimado em 2h20 min. (ida e volta). O nível de dificuldade é fácil.
As dimensões do salão de entrada da Lapa do Rezar já causam grande admiração: são 90 metros de largura por 40 metros de altura. Também muito impressionante é a grandiosidade do cânion do rio Peruaçu. As pinturas rupestres se mostram muito bem conservadas. Vale muito a pena usufruir do atrativo, mas para chegar lá é preciso se esforçar, pois existe um trecho com mais de 500 degraus.
O percurso é 2.400m (ida e volta) para um tempo estimado de 3h30min (ida e volta). O Nível de dificuldade é difícil.

Foto Cezar Félix.
A Lapa do Caboclo ganhou esse nome porque conta com uma grande concentração de pinturas rupestres do estilo caboclo, uma exclusividade de todo Vale do Peruaçu. Rumo à Lapa do Carlúcio, outros belos atrativos são os mirantes que surgem durante a trilha. Do alto deles, é possível observar as incríveis variações da vegetação do parque. O caminho continua pela mata até chegar à gruta do Carlúcio, após contornar as enormes rochas que formam a caverna.
O percurso é de 2.650m (ida e volta) para um tempo estimado de 3h50 min (ida e volta). O nível de dificuldade é médio.

Lapa do Caboclo. Foto Cezar Félix
Os espetaculares Mirante das Cinco Torres e o Mirante do Mundo Inteiro são atrativos do Arco do André. Porém, as maravilhas do lugar incluem as indescritíveis Caverna do Arco do André, Caverna dos Troncos e Caverna dos Cascudos. O rio Peruaçu cruza o interior das duas últimas cavernas e desenha espelhos d’água de cor verde-esmeralda ao redor das rochas calcárias. Surge então um contraste paradisíaco em uma paisagem incomparável. Para seguir essa trilha é necessário ter um espírito aventureiro.
O tempo estimado do percurso é de seis horas e o nível de dificuldade é intermediário.
Dicas importantes:
- As visitas precisam ser agendadas com a gestão do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu.
- Para ter acesso ao parque (que não cobra ingresso), é obrigatória a contratação de um guia credenciado. O guia fornece capacete de segurança, item de uso obrigatório.

Entrada da Lapa Bonita. Foto Cezar Félix
Como chegar e onde ficar
O acesso até a entrada do Parque pode ser feito de carro a partir de uma agradável estrada vicinal, que mostra uma prévia da geologia e da vegetação da região. Partindo de Januária pela rodovia BR-135, o entroncamento com estrada vicinal fica entorno de dois quilômetros antes da comunidade rural Fabião II.
A hospedagem pode ser feita em pequenas pousadas que ficam às margens da BR-135, na comunidade Fabião II e na estrada de acesso ao Parque.
Na cidade de Januária, que faz parte do Circuito Velho Chico de turismo, existe maior disponibilidade de hotéis e pousadas. A cidade fica cerca de 60 km da entrada do Parque.
O aeroporto mais próximo é o de Montes Claros, que fica a 200 km do Parque. Existem linhas regulares de ônibus que partem de Montes Claros para Januária e Itacarambi.
Em função da regulamentação de acesso ao Parque é importante agendar com antecedência a data de visita, que pode ser feito pelos telefones (38) 3263-1038/1039 ou pelo E-mail: cavernas.peruacu@icmbio.gov.br.

Foto Luiz Eduardo Dias.



