Circuito Liberdade, atrativos múltiplos da Belo Horizonte cosmopolita

Praça da Liberdade, símbolo maior do Circuito Liberdade.

O Circuito Liberdade completa 15 anos em março de 2025 oferecendo atrativos multifacetados da riqueza histórica e cultural de Belo Horizonte e de Minas Gerais. O circuito atualmente conta com 35 equipamentos culturais, mas com expectativa de chegar a 50.

Por Cacaio Six/Fotos Cezar Félix

Para quem aprecia a paisagem urbana de uma grande cidade (bela, interessante e repleta de atrativos como Belo Horizonte) e quer usufruir de uma parte do rico acervo cultural oferecido por essa metrópole cosmopolita, uma irresistível opção é visitar alguns dos equipamentos que formam o Circuito Liberdade.

Praça da Estação, com prédio do Museu de Artes e Ofícios ao fundo.

O SESI Museu de Arte e Ofícios: acervo de mais de 2.500 peças.

As peças do Museu são originais do século XVIII ao início do século XX.

O acervo reúne instrumentos, utensílios, ferramentas, máquinas e equipamentos, que representam o universo do trabalho pré-industrial no Brasil.

O passeio, por exemplo, pode começar no SESI Museu de Artes e Ofícios, localizado na Praça da Estação, continuar em uma visita ao Palácio das Artes, depois passar no Museu Mineiro e, em um não tão longo desvio de rota, apreciar a beleza da Sala Minas Gerais. Na sequência, conheça o Centro de Arte Popular Cemig e, finalmente, é preciso aproveitar tudo o que os espetaculares equipamentos da Praça da Liberdade oferecem. A praça já encanta pela beleza do conjunto arquitetônico e paisagístico. A Alameda Travessia (uma justa homenagem à canção Travessia de Milton Nascimento e Fernando Brant), o coreto, as fontes, os jardins e as construções ao redor.

O Centro de Arte Popular Cemig expõe obras de artistas de várias regiões de Minas Gerais, como o Vale do Jequitinhonha e das cidades históricas.

As obras “privilegiam a riqueza e a diversidade das manifestações culturais populares, valorizando o trabalho dos criadores”, segundo o CAP.

Os artistas “traduzem no barro, na madeira e em outros materiais o universo em que vivem”.

O belo edifício que abriga a Sala Minas Gerais.

Ensaio da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais: 90 músicos de todas as partes do Brasil, Europa, Ásia e das Américas. Fábio Mechetti é o dirtetor artístico e regente titular.

Saguão de entrada do edífico da Sala Minas Gerais: arrojado projeto arquitetônico.

Complexos culturais

Muito além das belas arquiteturas dos edifícios — em variados estilos, do neoclássico e eclético passando pelo modernismo de Oscar Niemeyer até chegar ao pós-moderno do Rainha da Sucata, de Éolo Maia e Sylvio de Podestá — os atrativos dentro deles são múltiplos e surpreendentes: Palácio da Liberdade, Centro Cultural Banco do Brasil, MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal, Espaço do Conhecimento UFMG, Biblioteca Pública Luís de Bessa e a Casa Fiat de Cultura. Há ainda o Memorial Minas Gerais Vale (fechado para reformas até 2026) e o Prédio Verde, também em reforma e restauração, que vai abrigar, a partir de 2026, a primeira pinacoteca de Minas Gerais.

Palácio das Artes: um complexo voltado para todas as manifestações da cultura.

Grande Teatro do Palácio das Artes.

Museu Mineiro: mais de 3.500 peças, mais o acervo da Pinacoteca de Minas Gerais.

O acervo reúne imagens sacras, equipamentos litúrgicos, mobiliário, moedas, armas e achados arqueológicos.

A pintura “Cena de Garimpo” (1957), de Di Cavalcanti que está no Museu Mineiro.

O Circuito Liberdade foi criado em 2010, ano em que a sede oficial do governo de Minas Gerais deixou o Palácio da Liberdade — assim como algumas secretarias que funcionavam nos prédios da praça — e foi transferida para a Cidade Administrativa, projeto de Oscar Niemeyer, inaugurada no mesmo ano na região norte de BH. O conjunto da Praça da Liberdade, datado de 1898, marcou não só a história da cidade como a de Minas Gerais e do Brasil. Por isso mesmo, os prédios tornaram-se verdadeiros complexos vocacionados para a cultura, em todas as suas vertentes, e também se destacam como símbolos da conservação do patrimônio histórico.

MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal, o prédio Rosa da Praça da Liberdade.

Detalhe de uma das salas do Museu das Minas e do Metal.

O coreto e o edício do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-BH).

Uma das salas do CCBB-BH durante a exposição de Os Gêmeos.

 

CCBB-BH na exposição Arte Sub Desenvolvida.

Transversalidade entre a cultura e o turismo

A Secretaria de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult-MG), comandada pelo secretário Leônidas de Oliveira, passou a gerir o Circuito da Liberdade no ano de 2020 por meio de um decreto do governo de Minas Gerais. A Secult-MG explica que o Circuito Liberdade “é um conjunto de espaços culturais integrados, reconhecido e consolidado nacionalmente, voltado para a promoção da cultura e do turismo do estado, com foco na difusão do conhecimento e na economia criativa. Desde então, a pasta tem investido na ampliação desse roteiro para integrar as potencialidades turísticas e culturais de Belo Horizonte”.

A Sala Minas Gerais durante um ensaio da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.

Após a primeira ampliação do Circuito, no ano de 2015 — quando surgiram os eixos da Rua da Bahia e da Avenida João Pinheiro —, houve uma nova ampliação em 2020. Conforme a Secult-MG esclarece, “o Circuito Liberdade passou a integrar equipamentos culturais do estado e de parceiros, localizados na área delimitada pela Avenida do Contorno, destacando o projeto original de Aarão Reis, de 1895, da cidade planejada”.

Fachada do Palácio da Liberdade: aberto para visitação.

Exposição de Hélio Oiticica no CCBB-BH.

Expansão do circuito

Em fevereiro de 2023, houve uma significativa expansão do circuito que se tornou o Roteiro Turístico Circuito Liberdade, com a inclusão de equipamentos do porte do Mercado Central, Sesc Palladium e dos já citados Museu de Artes e Ofícios e Palácio da Liberdade. Para o secretário Leônidas Oliveira, “o ingresso dos novos espaços no Circuito Liberdade fomentará a cultura e o turismo, contribuindo para promover desenvolvimento socioeconômico para os mineiros”.  Leônidas completa explicando que “o novo formato do complexo cultural intensifica a transversalidade entre a cultura e o turismo, abrindo espaço para novas ações e parcerias entre poder público e iniciativa privada. O Circuito Liberdade é um dos principais produtos turísticos de Minas e ganha ainda mais relevância a partir de agora”, afirma ele.

CCBB-BH: Hélio Oiticica.

Detalhe da escadaria do Palácio da Liberdade.

Rede colaborativa

Também em 2023, o Circuito Liberdade passou a ser gerido pela Fundação Clóvis Salgado (FCS), entidade vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais.  A partir desta configuração, a   Secult-MG argumenta que “o Circuito Liberdade potencializa sua posição como o maior ecossistema de cultura, turismo e criatividade da América Latina. Atuando como uma rede colaborativa, os parceiros desenvolvem atividades próprias e articuladas em conjunto, buscando o desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como mecanismo de geração de emprego e renda, além da democratização e ampliação do acesso da população às atividades propostas”.

Paisagens de uma praça que desvela as belezas de uma arquitetura diversa

Dos 35 espaços culturais, 14 são mantidos diretamente pelo Estado de Minas Gerais e 21 por parceiros privados ou instituições públicas federais. A gestão do complexo turístico, segundo a Secult-MG, é apoiada por quatro comitês temáticos: Comunicação, Patrimônio, Programação e Educação, além do Comitê Gestor. “Os comitês contam com representantes de todos os espaços que integram o Circuito e se reúnem uma vez por mês. Nesses encontros, são debatidos os projetos e ações em rede a serem realizados no Circuito Liberdade”.

Sala do Museu de Artes e Ofícios.

Conexão, movimento e liberdade

A partir de outubro de 2024, o Circuito Liberdade ganhou mais força e abrangência quando houve um reposicionamento no sentido de “fortalecer o desenvolvimento desse complexo cultural, turístico e criativo”, como informa a Secult-MG. A secretaria e a Fundação Clóvis Salgado lançaram então uma série de ações de promoção e divulgação: “a começar por uma linguagem visual inédita, moderna, ágil e direta, inspirada na cartografia da capital mineira e na vocação de conexão entre os equipamentos integrados”.

Mais uma imagem do grandioso Museu de Artes e Ofícios.

Para Natalie Oliffson, coordenadora executiva do Circuito Liberdade na FCS, a nova marca traduz a identidade visual com as ideias de conexão, movimento e liberdade, tão caras ao Circuito Liberdade. “A nova linguagem visual permite mostrar melhor esse crescimento e reforçar um reposicionamento do Circuito, que é esse lugar de acolhimento da diversidade das expressões artísticas, das pessoas; uma ideia de liberdade que vai muito além da Praça”, afirma.

A linda pintura que está no Centro de Arte Popular Cemig.

Economia da criatividade

Também aconteceu o lançamento de um Edital de Chamamento para Integração de Empreendedores Criativos. A FCS explica que como parte das ações da entidade dentro do programa Minas Criativa, “este edital foi voltado aos estabelecimentos localizados dentro do território da Avenida do Contorno, em Belo Horizonte, que atuam na esfera da economia da criatividade e que poderão se integrar ao Circuito Liberdade por meio da chancela Circuito Criativo”.

Saguão de entrada do Museu de Artes e Ofícios.

A boa notícia é que novos equipamentos deverão estar integrados ao Circuito Liberdade, como informam a Secult-MG e FCS. São os seguintes: o Centro Cultural Idea, a Casa dos Quadrinhos, o Memorial do Judiciário e o edifício Rainha da Sucata. Esse último, vinculado ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), será sede da Orquestra Jovem e do Coral Infanto-juvenil do TJMG. A  expectativa é que o Circuito Liberdade possa chegar a 50 participantes.

Espaço de exposições temporárias no Centro de Arte Popular Cemig.

Sérgio Rodrigo Reis, presidente da Fundação Clóvis Salgado, diz que essas ações se inserem nas comemorações dos 15 anos do Circuito Liberdade, previstas para março de 2025. “Elas marcarão o amadurecimento do Circuito, que hoje já representa uma força do nosso turismo cultural, como um destino em si e também sua posição como porta de entrada de Minas Gerais.”

Rainha da Sucata, arquitetura pós-moderna, edifício que será restaurado para sediar a Orquestra Jovem TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais).

 

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