A natureza que desenha Minas Gerais

Biodiversidade

A natureza que desenha Minas Gerais

Dos terrenos áridos ao norte ao colorido das florestas a leste, Minas Gerais ostenta três dos principais biomas brasileiros — Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga. Entrecortados por grandes rios como o Velho  Chico e o rio Grande, e desenhados pelo relevo de serras e planaltos, esses biomas formar maravilhas naturais queainda sobrevivem em reservas ambientais como os parques nacionais.

Reportagem Natália Martino
Fotos Rogério Alves Dias/André DibMarcos Amend/Tom Alves

 

O Velho Chico inicia seu trajeto de forma despretensiosa em meio à Serra da Canastra, no centro-sul de Minas Gerais. Ao longo do caminho, suas águas escorrem pelo sertão levando fertilidade a centenas de comunidades. 2.700 quilômetros depois, vai desaguar no Oceano Atlântico na divisa entre Alagoas e Sergipe. Não sem antes ligar cinco estados brasileiros, o rio da integração nacional.

Não é apenas o rio com nome de santo que brota de terras mineiras para abençoar homens, animais e árvores Brasil afora. Também rios como o Grande e o Paranaíba minam dessas terras e, do encontro deles, lá onde Minas Gerais encosta em São Paulo e no Mato Grosso do Sul, nasce o rio Paraná, outro de tantos esplendores. Leva um pouco de Brasil para a Argentina e para o Paraguai. E assim, dessas nascentes tímidas, brota o apelido de Minas Gerais, “caixa d’água do Brasil”.

A guiar tantos rios, estão as serras, como o grande maciço da Serra da Mantiqueira,grandes obstáculos que são vencidos, conquistados, contornados. Terras que por vezes tentam descer até o mar e abaixam até os 79 metros de altitude, mas que têm mesmo vocação é para alcançar os céus e chegam ao seu auge com o Pico da Bandeira com seus 2.890 metros na divisa com o Espírito Santo. Um pico que é parte da imponente Serra do Caparaó, que tenta parar o rio Doce ao Sul, logo ele, que já tinha, mais a oeste, esbarrado na quase intransponível Serra do Espinhaço, a única brasileira a ganhar o status de cordilheira.

Vários outros cursos d’águas, como em uma estratégia de guerra se movimentam entre os morros em pequenas frentes para se unir bem mais à frente e alcançarem o mar por leste, agora maiores, juntos e vitoriosos. É assim que esse terreno irregular chamado Minas Gerais, com seus “mares de morros”, vai guiando suas águas e formando as bacias que irrigam a vida sobre ele. Se a imponente Serra do Espinhaço tenta aprisionar a bacia do rio Doce de um lado, do outro é a bacia do São Francisco que a encontra e precisa achar um novo curso para alcançar o oceano.

Guiadas pelo protetor dos animais é para o norte que essas águas se espalham e acabam irrigando 49% do Estado. Juntas, as bacias dos rios Grande e Parnaíba, por sua vez, irrigam 27% desse território de quase 600 mil quilômetros quadrados. A porção mais ao leste é disputada pelas bacias Jequitinhonha, Mucuri, Doce e Paraíba do Sul. Cada uma procurando seu caminho depois de serem divididas por serras como Espinhaço, Mantiqueira, Canastra e Caparaó.

As ondas que dominam os horizontes mineiros compõem a identidade mais evidente do Estado, mas é bem abaixo de tudo isso estão enterrados seus mais surpreendentes segredos. Graças à persistência da natureza em esculpir o solo, grutas e cavernas que começaram a ser desenhadas há milênios escondem solos riquíssimos, minerais cobiçados e achados arqueológicos que revelam a história dos primeiros moradores da Terra. As chamadas regiões cársticas abrigam, ainda, importantes aquíferos.

Assim, é debaixo dos solos do norte mineiro que estão as mais de 140 cavernas que contém pelo menos 80 sítios arqueológicos e pinturas rupestres no conjunto batizado de Vale do Peruaçu. As evidências de ocupação humana são de mais de 11 mil anos atrás e pelo menos 10% das espécies animais ameaçadas de extinção no Brasil têm representantes na área. Não é à toa que desde 1997, instituições privadas e sem fins lucrativos se uniram ao Poder Público para viabilizar a criação do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, que deve estar totalmente implantado até o fim deste ano.

Uma das estratégias mais eficientes para a proteção ambiental é a demarcação de áreas protegidas, mas a falta de financiamento para a manutenção da unidade têm sido um grande dificultador no Brasil. “A mera demarcação é uma forma insuficiente e ineficiente de preservação natural. Tampouco a fiscalização esporádica e meramente repressiva funciona”, explicam Ricardo Scacchetti e Camila Dinat, coordenadores de projetos do Instituto Ekos Brasil. A instituição está à frente da implantação do Parque Peruaçu, que inovou ao contar com uma montadora de veículos como um dos principais financiadores e pode servir de exemplo para outras áreas protegidas.

O orçamento público é hoje a principal financiadora desse sistema de proteção, mas em 2014, por exemplo, apenas 0,33% do Produto Interno Bruto foi destinado à gestão ambiental.  Scacchetti e Dinat, do Instituto Ekos, lembram que os recursos públicos são essenciais, mas que a iniciativa privada pode desempenhar um importante papel, seja por mecanismos de compensação, seja por concessão. “Mas é claro que toda iniciativa deve ser regulada pelo órgão público”, ressaltam. É essencial, ainda, construir um plano de manejo eficiente para diagnosticar as fragilidades do ecossistema local e os pontos que precisam de mais atenção.

É assim que, apesar de  o brilho do ouro já não resplandecer com a mesma intensidade em Minas Gerais, uma vasta paleta de cores continua pintando essas terras. Do verde esmeralda da Mata Atlântica ao ocre do Cerrado, passando pelo vermelho sangue da terra repleta de ferro, inúmeras tonalidades brincam entre os rios que inundam os vales e os olhos. Nesse cenário, entre as tantas unidades de conservação, florescem três dos principais biomas do Brasil —Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica.

Mistérios do interior

Com sua vegetação mais baixa, retorcida, esparsa, o Cerrado parece acuado, quase constrangido. É quando surge, em meio ao ocre, um imponente buritizeiro e as palmeiras se erguem em direção às nuvens e deixam pender delas seus frutos vermelhos. Mais adiante, a paisagem volta a se assemelhar com um sertão com a vida a esvair-se quando olha-se para o chão e centenas de minúsculas flores coloridas enfeitam também o solo. Não demora muito e uma elegante orquídea se destaca. OCerrado é assim, um pouco como a gente mineira — não se mostra por completo ao primeiro olhar, é sempre mais imponente e mais forte do que deixa à mostra.

“O Cerrado é rico em detalhes, como flores que estão presentes o ano todo. Tem, ainda, uma fauna mais fácil de ser observada e uma luz especial para a fotografia”, afirma Fred Crema, dono da operadora de turismo Maritaca, que atua na região do Parque Nacional da Serra da Canastra. Entusiasta da beleza do bioma, ele faz questão de mostrar aos visitantes cada um desses detalhes e acredita que o turismo, feito de forma consciente, pode ajudar a conservar o Cerrado. “Quando entendemos, abrimos a possibilidade de amar e, assim, queremos preservar”, diz. Um dos destaques que o operador de turismo gosta de fazer é sobre a alta taxa de endemismo do bioma.

Das mais de 10 mil espécies de plantas já catalogadas, quase 50% simplesmente se recusa a viver em outro lugar. Áreas de formação florestal convivem com  plantas com a aparência seca e vastos campos de gramíneas, que parecem estar lá para lembrar que o cerrado, que chega a enfrentar cinco meses de estiagem anualmente, é só para os fortes. Assim, na região que se espalha entre o Triângulo Mineiro, o centro e o noroeste do Estadobrotam reluzentes quaresmeiras, ipês, jacarandás.

Desse ecossistema envolto por mistérios faz-se 57% de Minas Gerais. A savana mais rica do mundo, qualificam alguns. A única que se recusa a hibernar por completo. Enquanto parte da vegetação perde o verde das folhagens, outras espécies antes adormecidas recobram a vida e insistem em colorir os campos de diferentes tonalidades de verde que resistem ao sol forte e brincam com a paisagem. Para dar ritmo a toda essa riqueza vegetal, chegam, sempre em pares ou pequenos grupos, as siriemas. Seu canto agudo, por vezes assemelhado a uma sonora gargalhada, é chamado de “voz do cerrado”.

Música do sertão

Essa ave que gosta mais de correr do que de voar por vezes se encontra com outras 800 aves conhecidas que gorjeiam pelo cerrado. Para outros animais, o calor escaldante é tão opressor que eles preferem passar a maior parte da vida embaixo da terra. É o caso de inúmeras espécies de cobras e lagartos que habitam as galerias subterrâneas da região. Muitos dos cerca de 200 mamíferos desse rico bioma também se adaptaram à vida escondida do brilho do sol e preferem gastar seus dias em tocas e abrigos. Escapam, assim, não apenas das temperaturas extremas, mas também de predadores. Um dos mais interessantes representantes desse grupo é o tamanduá-bandeira.

Como um baú de tesouro que se enferruja antes de ser encontrado, toda a riqueza do cerrado tem sido destruída pelo homem. Hoje, resta menos de 20% da sua cobertura original. Apesar de o isolamento ter mantido o brilho do cerrado por quase todo o período colonial brasileiro, a entrada de bandeirantes em busca de índios e minérios no século 17 marcaram o início do seu apagar. Não demorou muito para seus campos serem convertidos em pastagens de gado zebu e plantação de gêneros alimentícios que serviriam para manter o resplendor da região do ouro.

Com o esgotamento das minas, descobriu-se a vocação de regiões como o Triângulo Mineiro e o noroeste do Estado para a agropecuária. A construção de Brasília, na década de 1950, veio então para selar o trágico destino de grandes campos de cerrado. A presença da capital federal incentivou a chegada de novos investidores e a região se transformou na nova fronteira agrícola. O sertão sucumbiu diante da soja. Mineração, pecuária extensiva e monoculturas acabaram com 80% da sua cobertura.

O que sobrou luta contra o poder econômico e se protege dentro de fronteiras de parques e áreas de proteção ambiental. As principais delas são os da Serra do Cipó, da Serra da Canastra e o Grande Sertão Veredas. Dentro dos seus limites, espécies que lutam contra a extinção contam com alguma privacidade. É o caso, por exemplo, do Pato Mergulhão, no Parque da Serra da Canastra. “As Unidades de Conservação funcionam como refúgio para espécies que não podem sobreviver em paisagens alteradas”, explica Paulo Scheid, gerente de Criação e Implantação de Áreas Protegidas do Instituto Estadual de Florestas.

Requinte natural

Se de um lado o cerrado luta para sobreviver, na outra encosta da imponente Serra do Espinhaço é outro bioma que resiste diante do homem, a Mata Atlântica. Nos domínios dos Mares de Morro, nas regiões leste, nordeste e sul, pode-se contemplar um dos mais fascinantes biomas do mundo. Se o cerrado guarda belezas discretas como o povo mineiro, a Mata Atlântica, por sua vez, ostenta um encanto rebuscado como a arquitetura colonial que domina essas terras.

Em um único hectare de floresta podem ser encontradas mais de 400 espécies de árvores nas regiões mais ricas. Árvores altas e diversas que, vistas de cima, formam um mosaico de copas coloridas. Para dar tons de rosa e azul a esse tapete de biodiversidade estão, por exemplo, os jacarandás. O amarelo quem ostenta é o Guapuruvu, do alto do seu elegante tronco reto e cilíndrico que chega a 30 metros de altura. Admirando de cima todo esse colorido estão mais de mil espécies de aves. Bem abaixo, em terra firme, dividem espaço milhares de outras espécies animais. Só de mamíferos são cerca de 250 — e pelo menos 55 deles são endêmicos.

No caminho do progresso

Toda essa riqueza não poderia estar apenas em Minas Gerais. Ela transborda por nada menos que 17 estados brasileiros e já tomou conta de quase todo o litoral do país. Uma única espécie animal, porém, tem ameaçado a sua continuidade: o homem. Quase 72% da população brasileira vive nas cidades que ocuparam os lugares das florestas e delas deixaram entre 12 e 16% da cobertura original. Metade do território mineiro já foi Mata Atlântica — sobraram 7%. O crime cometido por essas matas para que elas fossem punidas com tamanha devastação foi estar no caminho do avanço português.

Quando Cabral desembarcou em solo brasileiro, as naus portuguesas já começaram a levar embora parte das nossas florestas. Primeiro foi o pau-brasil. Já no século 17, encontraram ouro em terras distantes do litoral, que depois viriam a ser Minas Gerais. E decretou-se assim o fim de outras vastas áreas de florestas. Mesmo depois que o ouro deixou de brilhar entre os rios de Minas Gerais, a destruição continuou. A ampliação dos centros urbanos e a criação de núcleos industriais aumentou a velocidade da devastação e, no século 20, a Mata Atlântica começou a agonizar.

O grito de socorro das matas só começou a ser ouvido nas últimas décadas e Minas Gerais começou a reverter o processo nos últimos anos. O Estado passou a criar ações de fomento à iniciativa privada na recuperação de áreas degradadas. “A proteção da biodiversidade na Mata Atlântica deve se orientar, não apenas pelas ações de preservação dos fragmentos de vegetação nativa ainda existente, mas também por ações reativas, que incluem a restauração e a recuperação de áreas, especialmente aquelas adequadas ao estabelecimento de corredores ecológico”, explica, em nota, a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Meio Ambiente.

Ações de fiscalização com foco no combate ao desmatamento ilegal da Mata Atlântica também têm norteado o trabalho da Secretaria Estadual de Meio Ambiente. Em março deste ano, por exemplo, a Operação Macaco Muriqui 3 embargou 550 hectares de áreas do bioma desmatadas ilegalmente e aplicou multas num total de R$ 5,8 milhões. A ação foi realizada no Nordeste do Estado, região que concentra os três municípios do Estado onde mais se encontram desmatamentos: Ladainha, Itaipé e Novo Cruzeiro. Assim, algumas áreas iniciaram um processo de regeneração nos últimos anos e sob o canto dos pássaros, a vida renasce nas florestas lentamente.

Força no agreste

Lá no Norte, onde Minas Gerais toca a Bahia, longe da abundância verde da Mata Atlântica e perto dos tons do Cerrado, o Estado despe-se de vivas cores e se tinge de branco. A Caatinga, ou “mata branca” em tupi, cobre esta pequena região castigada pela falta de chuvas e que depois se estende sem piedade pelo nordeste do Brasil. Num terreno árido e pobre em matéria orgânica, cresce o único bioma exclusivamente brasileiro e ainda cheio de segredos a serem descobertos.

A grande maioria dos cursos hídricos que cortam o bioma são temporários e desaparecem na época seca. Porém, uma vez mais é o Velho Chico que faz do seu curso fonte de esperança e vida. Ao abandonar o Cerrado e antes de navegar até o Atlântico, o rio cruza a Caatinga mineira, adentra o nordeste e brinda a natureza com suas águas. Próximo às serras, onde as chuvas são um pouco mais freqüentes, a caatinga surpreende com a formação dos brejos, verdadeiro oásis e consolo frente à aridez, um alívio para os moradores.

Mas é entre plantas arbustivas de pouca folhagem e sob o sol forte que raras vezes se esconde entre nuvens, que a caatinga mostra suas características mais marcantes. Ainda que severo e até implacável, o bioma revela-se como fonte de vida e inspiração. Aparentemente estéril, a flora sabe como aproveitar cada gota d’água que vez ou outra toca o solo. As folhas são finas ou inexistentes, uma estratégia para reduzir a transpiração. Por vezes desenvolvem raízes praticamente na superfície do solo para absorver o máximo da chuva, como faz a Macambira.

Outras armazenam água para os longos períodos secos, como os cactos. O mandacaru — espinhoso, pequeno e forte— caracteriza o ambiente e é parte da cultura local. O cactos, que pode atingir até 5 metros de altura, resiste até às secas mais fortes. Nas noites de primavera, deixa resplandecer suas grandes flores brancas, que murcham durante o dia para renascer de novo mais tarde.

Vidas secas?

Graciliano Ramos, em seu Vidas Secas, talvez tenha sido um dos mais bem sucedidos ao eternizar a batalha diária desse povo que, frente às dificuldades impostas pelos poucos recursos econômicos e pela rigorosidade do clima, se adapta e se constrói com a vegetação que o cerca. Que o escritor, porém, nos perdoe, mas as vidas por ali não são tão secas. Os caatingueiros, como é chamada a população local, não estão ali apenas para existir e resistir.

Aprenderam a apreciar as frutas nativas, como a jaca e a cagaita, e desenvolveram manifestações culturais que os tornaram ricos a despeito das carências econômicas. No norte de Minas Gerais, cortejos dançam ao som de tambores durante o Catopé. Levantamentos de mastros, reinados e folias dos reis magos celebram a religiosidade desse povo. O bioma que ocupa pouco mais de 3% do território mineiro ajuda, assim, a construir a identidade do Estado. Cultivar plantas mais resistentes à seca — como o algodão e algumas variedades de feijão, milho e amendoim — é uma das habilidades que permitem que mais de 20 milhões de brasileiros vivam na caatinga. Também a criação de gado leiteiro se destaca na região.

A força para resistir pode ser vista por todos os lados. Se a paisagem parece morta, basta olhar de novo, com mais cuidado, para descobrir que a vida insiste em continuar. Na caatinga, existem mais de 170 espécies de mamíferos e incríveis 221 espécies de abelhas. Também é impressionante como 79 diferentes tipos de anfíbios, sempre dependentes de ambientes úmidos, parecem se recusar a abandonar a região mais seca do país. Ao invés disso, se adaptaram as condições ambientais e fazem da caatinga seu paraíso. Animais como o sapo-cururu, a cutia, o gambá e o sagui-de-tufos-brancos se espalham pela região.

A bela ararinha-azul, tantas vezes lembrada como símbolo de Brasil, já voou sobre esse agreste. Não se sabe se ainda voa, o último registro da sua presença foi no ano 2.000. Extinta? Ou quase? Não se sabe, mas temos certeza que chegamos a esse ponto por tantas vezes termos considerado a caatinga um bioma inferior ou pouco importante. Por não nos preocuparmos, esse sertão foi negligenciado. Sofreu com o extrativismo, se viu invadido pela monocultura do algodão, Observou sua vida começar a se esvair. Não só a ararinha-azul, mas tantas outras belas espécies correm riscos. Como já bem cantou Luiz Gonzaga, “inté mesmo a asa-branca bateu asas do sertão”.

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